segunda-feira, 28 de julho de 2008

A velha-interior

Lá vem de novo a velha com seu vestido azul ornado de rugas e histórias pra contar.
É dia de festa na roça e ela tem que trabalhar, o chão de terra, as latas na mesa e ela passando em cada uma catando o seu ganha pão.

Não sabe que tem tecnologia lá fora, se espanta com a máquina que mostra a imagem dela na hora.

Mas não tem tempo pra conversar, fala rapidamente enquanto eu me encanto com tanta simplicidade.

Ela segue...cata lata, joga no chão batido amassa com o pé preto e rachado, mistura terra vermelha, chinelo encardido, e pele preta...

Numa dança que parece não ter fim...

A sanfona ronca, o triângulo estala e a velhinha come o pão que seu pé amassou...

2 comentários:

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

Opa! Só faltou dizer o desejo do abraço, após o café quentinho e bolo de milho, rente ao fogão de lenha... Daí, eu ficava mesmo por aqui!

Fênix in Onix disse...

fica msm...mas ja digo sobre a velha,rapha, ela nao pará...entao corre que ela ja ta indo...